domingo, 1 de maio de 2011

Jovens criam material biodegradável para substituir isopor o EcoCradle





EcoCradle é feito com fungos e restos da agricultura



O poliestireno, mais conhecido em sua forma expandida como o popular isopor, conta agora com a concorrência de um novo material biodegradável inventado por dois jovens em Nova York. Composto por fungos e resíduos agrícolas, este novo material pode ser moldado em qualquer forma, tem baixo custo de produção e pode ser reutilizado ou aplicado como fertilizante. A informação é de Eben Bayer, um dos dois inventores do EcoCradle.
Isopor é um material não reciclável ou degradável, derivado do petróleo e cujos principais consumidores são China e Europa. Sua produção mundial chega a 35 milhões de toneladas anuais. Mais de 70% dessa carga é usada na construção civil. Os maiores participantes globais do mercado do poliestireno são Dow Chemical, Totalfina Elf, BASF, Nova Innovene, Chevron Philips, PS Japan, Ineos Styrenics e Polimeri Europa.
O desafio a esta indústria multimilionária vem da ideia de Bayer e Gavin McIntyre, ambos formados pelo Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York. O composto é feito com pequenas partes dos fungos chamados micélio e resíduos agrícolas como a casca de arroz, trigo ou sementes do algodão. Bayer diz que o material "tem o mesmo desempenho físico, mas é degradável no meio ambiente, ou pode ser reciclado".
– Empregamos produtos desprezados pela agricultura que sequer servem para a alimentação dos animais.
O inventor cresceu em uma fazenda do Estado americano de Vermont, onde a família colhia fungos silvestres. Durante sua adolescência, ele passou a reparar que as raízes dos fungos aglomeram pedaços de folhas e madeira, e se perguntou se isso poderia ter alguma aplicação útil.
McIntyre achou a ideia interessante e os dois começaram a testar diferentes tipos de fungos até determinar quais possuem as raízes mais fortes. Depois, testaram essas raízes com diferentes produtos residuais. Em poucos dias, descobriram que as pequenas raízes dos fungos se transformavam em uma massa densa de fibras que dão ao composto um sustento estrutural.
Bayer e McIntyre abriram sua empresa, a Ecovative, com pouco mais do que uma boa ideia. Agora, já patentearam o produto em 30 países e receberam apoio da Agência de Proteção Ambiental, do Departamento de Agricultura e da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Além disso, receberam no ano passado 500 mil euros (R$ 1,3 milhões) por terem vencido o Desafio Verde da loteria holandesa Postcode, um prêmio que estimula o desenvolvimento de produtos que diminuam as emissões de gás carbônico (CO2), considerado um dos vilões do aquecimento global.

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